Avaliação organoléptica, composicional e do tempo de conservação de bananas prata irradiadas com baixas doses de raios X

Resumo

A banana é uma das frutas mais importantes do mundo em termos de produção e consumo, com relevância que ultrapassa o valor nutricional ao impactar economicamente países em desenvolvimento de zonas tropicais, onde compõe a dieta de amplas populações. Apesar do alto teor energético e da riqueza em minerais e vitaminas, sua durabilidade pós-colheita é limitada devido ao rápido processo de deterioração intensificado por micro-organismos, o que constitui obstáculo relevante à comercialização e reforça a necessidade de métodos eficazes para prolongar a vida útil, mitigar a ação microbiana e minimizar alterações organolépticas durante o armazenamento. Nesse contexto, a irradiação com raios X desponta como técnica promissora, eficaz na redução de micro-organismos em diversos substratos sem induzir contaminação secundária e já adotada em vários países para conservação de alimentos, embora ainda haja demanda por investigações detalhadas sobre sua aplicabilidade a cultivares específicos do Brasil, especialmente quanto ao tempo de conservação, a possíveis modificações organolépticas e à segurança microbiológica. Com esse objetivo, bananas do cultivar Prata foram irradiadas com raios X em quatro doses (36 mGy, 60 mGy, 1,61 Gy e 3,22 Gy) e comparadas a controles, sendo avaliadas quanto a parâmetros composicionais, organolépticos e de tempo de conservação, incluindo manchas, cor, consistência, pH e concentração de açúcares. Os resultados preliminares demonstraram que a irradiação aumenta o tempo de conservação e preserva características químicas e organolépticas nas doses mais elevadas testadas, sugerindo que o uso de baixas doses de raios X é uma estratégia promissora para aprimorar a durabilidade pós-colheita de bananas e ampliar oportunidades de comercialização.