Distribuição de equipamentos de tomografia computadorizada no Brasil: desafios e desigualdades regionais

Resumo

A tomografia computadorizada (TC) é um exame de imagem baseado na absorção diferenciada dos raios X, permitindo a visualização de estruturas em tons de cinza e sendo amplamente utilizada para avaliar os sistemas nervoso, digestório e musculoesquelético. Com os equipamentos multidetectores, sua aplicação expandiu-se para estudos de perfusão, análises vasculares e cardíacas, porém, apesar da alta relevância diagnóstica, envolve doses elevadas de radiação, exigindo análise criteriosa do risco-benefício. Este trabalho teve como objetivo levantar quantitativamente e geograficamente os equipamentos de TC no Brasil, com foco nas regiões e na rede pública (SUS), por meio de dados oficiais do DATASUS. A pesquisa, de abordagem quantitativa e descritiva, utilizou dados secundários do DATASUS sobre a distribuição regional de tomógrafos e buscou identificar lacunas na oferta desses equipamentos no SUS, subsidiando estratégias para ampliar o acesso populacional ao diagnóstico por imagem. No Brasil, foram identificados 7.612 equipamentos de TC, sendo a maior concentração no Sudeste (44,9%), seguido pelo Nordeste (19,5%), Sul (16,7%), Centro-Oeste (11,7%) e Norte (7,2%, com 548 equipamentos). Considerando apenas a rede SUS, o número de equipamentos reduz-se para 3.421, menos da metade do total nacional, mantendo-se o mesmo padrão regional: Sudeste (36,8%), Nordeste (24,6%), Sul (18,2%), Centro-Oeste (11%) e Norte (8%). Esses dados revelam desigualdades na distribuição regional e uma expressiva diferença entre a disponibilidade total e a oferta efetiva no SUS, comprometendo o acesso equitativo da população aos exames. Conclui-se que há uma concentração no Sudeste e suboferta no Norte, com implicações diretas na equidade do atendimento, reforçando a necessidade de políticas públicas que promovam uma alocação mais equilibrada de recursos e ampliem a cobertura e a qualidade assistencial em todas as regiões.