Análise da relação do SARS-CoV-2 com a toxina botulínica em procedimentos odontológicos

Resumo

A pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 mobilizou todo o mundo na busca de conhecimentos científicos com o intuito de entender quais os mecanismos que o vírus utiliza para manifestação da doença nos seres humanos, proporcionando estratégias de prevenção e tratamento da mesma, assim como compreender as sequelas pós-infecção. Em alguns pacientes, que foram infectados pelo SARS-CoV-2, foi observado uma menor eficácia na atividade da toxina botulínica. O objetivo deste estudo é averiguar uma possível interação entre a infecção por SARS-CoV-2 com o mecanismo de ação da toxina botulínica em procedimentos na área da saúde. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com busca de artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e nas bibliotecas SciELO – Scientific Electronic Library Online, PUBMED e Google Acadêmico, com os seguintes descritores padronizados pelos Descritores em Ciências da Sa.de (Decs), na língua inglesa: botulinum toxins, ou SARS-COV-2, ou acetylcholine ou motor endplate. Dos artigos selecionados, não houve restrições quanto ao idioma e data. Foi realizada a leitura de 40 artigos científicos relatando o mecanismo de ação do vírus SARS-CoV-2, relação da COVID-19 com o SNC, funcionamento da junção neuromuscular e mecanismo de ação da toxina botulínica. Diversos estudos informam que, a presença do SARS-CoV-2 no organismo humano pode provocar uma tempestade de citocinas, desregulando a homeostase celular. Além disso, a capacidade neuroinvasiva deste patógeno nas células neuronais pode alterar a morfologia de proteínas ancoradas na membrana axional do neurônio. Conclui-se que há uma relação entre a ineficiência da toxina botulínica no organismo em pacientes acometidos pelo vírus SARS-CoV-2 devido a neuroinflamação, que desencadeia a tempestade de citocinas causadas pelo vírus.